Criações de bodes e carneiros crescem e ajudam sertanejos durante a seca nordestina
Do UOL
A caprinocultura (criação de bodes e
cabras) se tornou uma salvação para muitos sertanejos, que vivem sob
estiagem prolongada no semiárido nordestino. A situação costumava
vitimar os animais na região. Em 2012, por exemplo, pelo menos 4 milhões
de animais morreram.
Desde o início da seca, os principais
rebanhos da região encolheram, como os bovinos e suínos. Na contramão,
bodes, ovelhas e carneiros cresceram.
Segundo dados do IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatísticas), o número de caprinos cresceu
6,4% entre o final de 2011 e o final de 2016, chegando a 9 milhões de
animais no Nordeste –o que representa 91% do rebanho do país.
No caso dos ovinos, o crescimento foi
ainda maior: 15%, alcançando 11,6 milhões de carneiros e ovelhas –o
equivalente a 63% dos animais criados no Brasil.
Pernambuco é destaque na criação de
caprinos. O Estado tem 2,5 milhões desses animais, atrás apenas da
Bahia, com 2,7 milhões (mas que tem uma área sete vezes maior do que a
pernambucana).
“Estamos saindo de um período de seis
anos de seca e, por incrível que pareça, nunca vi um caprino morto de
fome”, diz Paulo Fernando de Oliveira, técnico em agropecuária do Cedapp
(Centro Diocesano de Apoio ao Pequeno Produtor, entidade que atua com
assistência técnica em cidades do agreste).
Uma das vantagens de criar caprinos é o
valor agregado, já que o leite da cabra hoje é vendido por quase o dobro
do tradicional leite de vaca: R$ 2,03 e R$ 1,10, respectivamente.
“É um animal de rentabilidade rápida e
ciclo de reprodução rápido e que tem garantido a sobrevivência em meio à
seca. O êxodo rural diminuiu muito por ele, teve gente que já voltou do
Sudeste para criar animais”, completa Oliveira.
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